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Mude a sua história

Este texto foi escrito em 19 de abril, mas enrolei pra postar…

O slogan de uma campanha do Itaú diz: “Ler para uma criança muda a sua história”. Me pergunto se “sua” seria da criança ou do leitor…

Meu dia hoje está no avesso, e nesses dias tenho vontade de escrever. Estranho isso, não? Mas é assim. E não vou brigar comigo por causa disso. Então, vou escrever.

Acabei de ver esse slogan em um carro meio velho estacionado aqui perto do escritório e a dúvida me veio à mente. É a mágica da rica língua portuguesa. Embora seja “quase óbvio” para mim que a ideia é de que a história da criança é que vai ser mudada, não resisti a pensar na opção do “sua” referente a você, a pessoa que lê para a criança. A nossa língua permite isso; fácil.

E o melhor de tudo é que ler para uma criança muda mesmo a história de quem lê. Viajar na história com a criança é muito bom. É divertido. É inspirador. É revigorante.

E se a criança for faladeira, extrovertida, imaginativa, é bem capaz de você acabar com uma nova história nas mãos, contada por ela.

Mas ver uma criança curtir a contação de história também é muito bom. O sorriso dela, os olhos “estalados”, o interesse… e depois ela vem contar tudo pra você. Repetir a história como se não fosse você quem lhe contou! E não é que parece mais bonita a história quando ela conta do que quando você lê?

Aprender com a vontade de aprender da criança. Aprender com a simplicidade da criança. Aprender com a informalidade da criança. Aprender com a ingenuidade da criança. Isso muda a sua história. Sua. De você mesmo!

Leia para uma criança e mude a história de vocês!

Categorias:Memórias
  1. 26 de abril de 2011 às 8:23 pm

    Concordo Ricardo, aliás eu tinha um adesivo deste em meu carro, carro novinho tá e bonitinho rsrsrs. Sempre achei que ler para uma criança muda a história de ambos.
    Todas as noites invento histórias para meus filhos na hora de dormir e no dia seguinte, logo cedo enquanto se preparam para ir à escola, nossa… contam seus sonhos que, na maioria das vezes são novas versões das hitórias que contei na noite anteiror. Escritora que sou, aproveito muitas delas para criar as minhas histórias, aliás as nossas né, meus filhos teem participação em quase todas.
    Grande abraço.
    Márcia Marchetti

  2. Patricia
    5 de maio de 2011 às 1:12 pm

    poxa, q pena q seu dia nao estava bom. Espero q isto se reverta rapidamente … ou não. Pois a sua sacada foi bem interessante e deu, assim, um estalo! Agradeço a vc pelas dicas.

  3. 20 de maio de 2011 às 4:27 am

    Em verdade não é que a nossa língua permite isso, mas apenas é preciso considerar que perdemos uma pessoa, e neste retrocesso, nessa barbárie cultural, ao invés de termos uma frase clara “(…) muda a sua história”, contrapondo “(…) muda a vossa história”, caímos na pura e simples ambiguidade. Pode até parecer bonitinho essa “dupla intenção”, mas, de fato, exprime apenas falta de clareza, pois a frase em sí, no que tange a “nossa língua”, é bastante clara. SUA corresponde a terceira pessoa do singular, portanto, não poderia haver dúvidas de que fala-se da criança.

    Porém, junto com a castração da língua veio a castração da cultura, e creio não ser necessário listar exemplos do que estou a dizer.

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